Francisco Salazar Carvalho¹
Thaís de Souza Braz¹
¹Alunos do Curso de Turismo da UFMA.
Na formação da gastronomia brasileira contamos com contribuições bem primitivas, assim a culinária indígena influenciou o mundo através de novidades, conhecido logo após o descobrimento, como o uso de tomates, batatas, a mandioca, o abacate, o guaraná, pimentas, pimentões, o chocolate entre muitos outros ingredientes adicionados no cardápio brasileiro. Dentro da influência indígena, na gastronomia brasileira, encontramos a mandioca, como um dos principais alimentos que deram origem a alimentação básica das populações brasileiras; elas eram e são utilizadas até hoje de diferentes formas de preparo e originando assim uma enorme variedade de comidas típicas: farinhas, beijus, bolos, doces, tortos e etc. Segundo Fernandes (2001, p.14): Os diferentes produtos retirados, depois de raladas, originavam os alimentos básicos das primitivas populações brasileiras. Do líquido venenoso resultante da prensa, no tipiti, fermentado ao sol fervido longamente, obtinha-se a manicuera ou o tucupi, usados no caxiri, ou como caldo, com batata-doce, cará-roxo ou branco ou frutas, carnes e peixes, com ou sem pimenta. Logo após o descobrimento, podemos observar a contribuição portuguesa, esta, portanto, influenciou decididamente a gastronomia do Brasil. Essa herança é de fácil percepção dentro da contribuição de outras culturas. Assim o português revelou outras potencialidades, que valorizavam a culinária e lhe atribuíam um valor muito além do “valor de troca”, utilizado nas relações sócias em que o Brasil estava inserido. A medida que a sociedade brasileira se desenvolvia, a culinária se tornava mais exigente. A maior contribuição portuguesa encontra-se no sentido de universalizar as espécies entre os continentes e ao reconhecimento de saberes e sabores do povo. A contribuição da cozinha – ou das cozinhas – africana no processo gastronômico brasileiro tem uma característica particular. Ela está presente na dieta do povo desde o século XVIII. Dessa forma muitos pratos já faziam parte da dieta popular, eram vendidos nas ruas por escravos, eram eles: o acarajé, o cocada, o vatapá e o abará, entre outros.É importante ressaltar que nesta época, um contingente de escravos e libertos, já participavam de diversas atividades, ofícios e profissões, portanto a venda de comida por escravos era bem mais evidente nas ruas, assim formava, ou consolidava-se uma comida de origens africanas, agora tipicamente brasileira. A culinária africana também sofre alterações evoluções a partir do final do século XVIII, quando ocorrem as formações religiosas africanas. Segundo FERNANDES, (2001, p. 22) Há referências documentais de grupos religiosos anteriores, formados de escravos de origem banto, tanto na Bahia, como nas áreas de mineração das Minas Gerais.Dentro dessa formação religiosa, os sacerdotes africanos tinham grande conhecimento dos mitos e ritos do seu povo, ali eram restabelecidos, seus sacrifícios, oferendas e na chamada “cozinha dos deuses”. Neste tempo foram recriadas muitas comidas dos homens e de seus santos, assim como comidas mais elaboradas das festas e suas celebrações. Assim eles integravam ingredientes africanos na culinária portuguesa, recriando pratos novos mas com sabores antigos.O clima e a vegetação têm uma grande importância na alimentação de uma região, pois dependo do clima a comunidade prepara um cardápio de acordo com estação do ano. Climas mais frios propiciam comidas mais quentes como sopas. Segundo Ciáffone (2007, p. 114) Os climas também são decisivos no desenvolvimento das bebidas destiladas típicas, no Brasil, a alta produtividade de cana-de-açúcar definiu o desenvolvimento das cachaças. A vegetação também tem um papel importante para comidas típicas das regiões porque a população vai usar a comida baseada no ingrediente local, também um determinado tipo de vegetação vai ser propício a criação de animais. Na região nordeste que tem um clima quente cria-se animais com uma resistência maior, como bodes e cabras. Os alimentos cumprem uma função biológica ao ser ingerido, que é indispensável para a sobrevivência dos seres humanos, e também é uma pratica complexa construída pelos seus antepassados que vai se modificando ao longo dos anos, a partir das mudanças em seu entorno, que podem ser climáticas, econômicas, de saúde ou pela religião. Segundo A sociedade atual vive momento de grandes mudanças em seus hábitos alimentares, conseqüência das profundas transformações sociais (AUTOR, ANO, pag.83)A alimentação tem carga de informação sobre determinado lugar e seus habitantes. Os alimentos são de grande importância para estudo e para compreensão da cultura. Assim ela traça um perfil de uma região, a partir da explicação de alguns tipos de produtos que são consumidos em cada lugar.
A culinária de uma região representa identidade de um povo, um patrimônio que dever ser preservado e divulgado, pois esta riqueza tem um grande valor histórico para localidade e para futuras gerações, através dela é possível compreender as relações sociais.
Segundo Schuluter (2003, p.10):A partir de1997 a UNESCO introduziu o conceito de patrimônio intangível ao me, ao qual definiu como o conjunto de formas de culturas tradicional e popular ou folclórica, ou seja, nas obras coletivas que emanam de uma cultura e se baseiam na tradição são transmitidas oralmente ou mediante gestos de e se modificam com o transcurso do tempo um processo de recriação coletivas. Estamos vivendo em sociedade muito dinâmica, onde as relações são cada vez mais rápida fusão entre as culturas passa ser constante, principalmente pelo próprio estilo de vida e pelas revoluções tecnológicas. Tudo isso são reflexos de uma globalização, que passa ser presente no nosso cotidiano, no mundo moderno que busca cada vez mais novidade, algo novo para ser explorado. Segundo Schuluter (2003, p.32):Alimentação é um fator de diferenciação cultural que permite a todos os integrantes de uma cultura ( sem importar seu nível de renda) manifesta sua identidade. Identidade é uma construção simbólica, uma forma de classificação que cria uma posse. As posições diferentes produzem percepção distinta da realidade e outros valores pelos quais aparecem as disputas simbólicas entre os diferentes setores para impor sentidos, valores e fronteiras entre uns e outros. A gastronomia maranhense tem sua peculiaridade em relação as demais, porém, ela precisa ser melhor trabalhada a favor do desenvolvimento da atividade no estado através do turismo cultural e para que possa ser aproveitada como um atrativo turístico.Segundo Schuluter (2003, p.70):A gastronomia como patrimônio local esta sendo incorporado aos novos produtos orientados a determinados nichos de mercado, permitindo incorporar os atores da própria comunidade na elaboração deste desses produtos assistindo ao desenvolvimento sustentável da atividade. O estado do maranhão também apresenta um grande potencial turístico no tocante atividade gastronomia, pela sua diversidade culinária espalhado por todo estado. Atualmente tem-se 09 pólos turísticos: Pólo São Luís, Pólo dos Lençóis Maranhenses, Pólo da Chapada das Mesas, Pólo Delta das Américas, Pólo do Munim, Pólo da Amazônia Maranhense, Pólo Campos e Lagos Floridos e Pólo dos Cocais, cada um destes pólos tem uma culinária bem diferenciada, que podem ser trabalhados no sentido de buscar e atrair novos turistas para Maranhão.O turismo cultura aquele o seu principal atrativos são cor, local, comida, sua manifestações, entres todos os pólos destacam-se o de São Luís, onde é possível desenvolver rotas gastronômicas com pontos de visitação na cidade.Diante do turismo mais competitivo é necessário haver um maior investimento, e assim propiciar um aumento no número de turistas e prolongar a sua permanência na cidade. Segundo Schuluter (2003, p.73) As rotas gastronômicas em função das culturas têm por objetivos mostra os valores culturais de determinadas localidade tendo como eixos os pratos tipos da região.Em alguns lugares do Brasil já são trabalhados roteiros gastronômicos como atrativo turístico, entre eles esta a cidade de Caxias do Sul localizado no estado do Rio Grande do Sul. Outros países são famosos por que conseguem trabalhar muito bem esses roteiros. No Chile tem-se a região da vinícolas conhecida como Concha e Toro, no México, na Itália, na Alemanha, Portugal é conhecida pelos bons vinhos na famosa região do Douro e também pelo bacalhau. Desenvolve estes tipos de roteiros na nossa região aumentaria ainda mais fuxicos de pessoas.Na gastronomia maranhense destacam-se: o arroz de cuxa, Maria Isabel, peixe fritos, torta de camarão, farinha de fubá, comida a base leite de coco babaçu, peixadas, caranguejadas, caldeiradas de camarão, além disso, tem as bebidas com guaraná Jesus, tiquiras, licores diversas frutas e doces de espécies.Nesta rotas os turistas poderiam participar do processo de produção dos pratos, já que os turistas buscam ter experiências nos locais visitados e um
maior contato com a comunidade, objetivando a inclusão de novos moradores e desenvolver ainda mais o ponto de visitação.
Referências
CIAFFONE, Andréa. Turismo e Gastronomia: um verdadeiro sabor da descoberta. São Paulo: Editora Contexto, 2007.
FERNANDES, Caloca. Viagem gastronômica através do Brasilatrimônio Histórico e Cultural. São Paulo: Edirora Senac,2001.
SCHLUTER, Regina. Gastronomia e Turismo. São Paulo: Alphes, 2003.
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